sábado, 17 de setembro de 2016

TEMPO A SÓS COM DEUS

TEMPO A SÓS COM DEUS


“Passo pela vida como um transeunte a caminho da eternidade, feito à imagem de Deus mas com essa imagem aviltada, necessitando de que se lhe ensine a meditar, adorar, pensar.” - Donald Coggan,


A superficialidade é a maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema espiritual. A necessidade urgente hoje  é de pessoas profundas.

As Disciplinas clássicas da vida espiritual convidam-nos a passar no viver na superfície para o viver nas profundezas. Elas nos chamam para explorar os recônditos interiores do reino espiritual para que sejamos a resposta a um mundo vazio.                                                                                                John Woolman aconselhou: “É bom que vos aprofundeis, para que possais sentir e entender os sentimentos das pessoas.”

Na intenção de Deus, as Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns.
São mais bem exercidas no meio de nossas atividades normais diárias. Se elas devem ter qualquer efeito transformador, o efeito deve encontrar-se nas conjunturas comuns da vida humana.
O objetivo das Disciplinas é o livramento da sufocante escravidão ao auto-interesse e ao medo.
Quando a disposição interior de alguém é libertada de tudo quanto o subjuga, dificilmente se pode descrever essa situação como tarefa ingrata e monótona. Cantar, dançar, até mesmo gritar, caracterizam as Disciplinas da vida espiritual.                                                                               “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:1, 2).
Interiormente você tem suspirado por lançar-se em águas mais profundas.
Depara-se com duas dificuldades :
1. A primeira é de ordem filosófica.

A base materialista segura o homem no mundo físico,confinados a uma caixa de espaço-tempo.

2. A segunda dificuldade é de ordem prática.

Simplesmente não sabemos como explorar a vida interior.Não faz  parte da nossa cultura

Pecado não são apenas atos individuais de desobediência.
Na sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo freqüentemente se refere ao pecado como uma condição que infesta a raça humana ( Romanos 3:9- 18). O pecado como condição abre seu caminho através dos “membros do corpo”; isto é, os hábitos enraizados do corpo (Romanos 7:5 e seguintes). E não há escravidão que possa comparar-se à escravidão de " hábitos pecaminosos arraigados."
Diz Isaías 57:20: “Os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo.” O mar não necessita fazer nada de especial para produzir lama e lodo; isto é o resultado de seus movimentos naturais. É o que também se verifica conosco quando nos achamos sob a condição de pecado.
Os movimentos naturais de nossas vidas  produzem lama e lodo. O pecado é parte da estrutura interna de nossas vidas. Não há necessidade alguma de esforço especial. Não é de admirar que nos sintamos enredados.
Nosso método comum de lidar com o pecado arraigado é lançar um ataque frontal.               Confiamos em nossa força de vontade e determinação.                                                              Qualquer que seja nosso problema ( ira, amargura, glutonaria, orgulho, incontinência sexual, álcool, medo ) decidimos " nunca mais repeti-lo ":                                                                                   Oramos contra ele, lutamos contra ele, dispomos nossa vontade contra ele.                                   Tudo, porém, é em vão e uma vez mais nos encontramos moralmente falidos ou, pior ainda, tão orgulhosos de nossa justiça exterior que “sepulcros branqueados” é uma descrição suave de nossa condição.
Heini Arnold, em seu livro(Liberdade de Pensamentos Pecaminosos), escreve: “Desejamos deixar perfeitamente claro que não podemos livrar e purificar nosso próprio coração exercitando nossa própria `vontade'“.
Na carta aos Colossenses, Paulo cita algumas formas exteriores que as pessoas usam para controlar o pecado: “não manuseies, não proves, não toques.” E então acrescenta que estas coisas “com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo”.No momento em que achamos que podemos ter êxito e alcançar a vitória sobre o pecado mediante a força de nossa vontade somente, esse é o momento em que estamos cultuando a vontade.
A força de vontade nunca terá êxito no trato com os hábitos profundamente arraigados do pecado.
 Emmet Fox escreve: “Tão-logo você resista mentalmente a qualquer circunstância indesejável ou não buscada, por esse próprio meio você a dotará de mais poder - poder que ela usará contra você, e você terá esgotado seus próprios recursos nessa exata medida.”                                                      Heini Arnold conclui: “Enquanto acharmos que podemos salvar-nos a nós mesmos por nossa própria força de vontade, a única coisa que fazemos é tornar o mal que há em nós mais forte do que nunca.”O “culto de si mesmo” talvez possa ter uma demonstração exterior de êxito por algum tempo, mas nas brechas e nas fendas de nossa vida sempre há de revelar-se nossa profunda condição interior.
“Porque a boca fala do que está cheio o coração. ... Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo” (Mateus 12:34-36)
Mediante a força de vontade as pessoas podem fazer boa figura durante algum tempo; cedo ou tarde, porém, virá o momento desprevenido quando a “palavra frívola” escapará, revelando o verdadeiro estado do coração. Se estivermos cheios de compaixão, isto será revelado; se estivermos cheios de amargura, isto também se manifestará,quando estamos com outras pessoas, aquilo que somos vem à tona.Somos traídos pelos olhos, pela língua, pelo queixo, pelas mãos, pela linguagem de todo o nosso corpo. A força de vontade não tem defesa contra a palavra frívola, contra o momento desprevenido. A vontade tem a mesma deficiência da lei - ela pode lidar somente com as exterioridades. Não é suficiente para operar a transformação necessária da disposição interior.






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