sábado, 17 de setembro de 2016

TEMPO A SÓS COM DEUS

TEMPO A SÓS COM DEUS

A FORÇA DAS DISCIPLINAS ESPIRITUAIS


 Precisamos abrimo-nos para uma maravilhosa e nova realização: A JUSTIÇA INTERIOR é um dom de Deus que deve ser graciosamente recebido.A imperiosa necessidade de mudança dentro de nós é obra de Deus e não nossa.
A imperiosa necessidade de mudança dentro de nós é obra de Deus e não nossa. É preciso que haja um trabalho real interno, e só Deus pode operar a partir do interior. Não podemos alcançar ou merecer esta justiça do reino de Deus; ela é uma graça concedida ao homem.
 Romanos 5:17: “... os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça, reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.” A justiça não é atingida nem atingível mediante esforço humano.
Risco de um erro no sentido oposto. Somos tentados a crer que nada há que possamos fazer.
É lógico deduzir que devemos esperar que Deus venha e nos transforme?
Existe algo que podemos fazer. Não precisamos agarrar-nos às pontas do dilema das obras nem da ociosidade humanas.
Deus nos deu as Disciplinas da vida espiritual como meios de receber sua graça. As Disciplinas permitem-nos colocar-nos diante de Deus de sorte que ele possa transformar-nos.
“O que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gálatas 6:8). O lavrador não consegue fazer germinar o grão; tudo o que ele pode fazer é prover as condições certas para o crescimento do grão.
 O mesmo acontece com as Disciplinas Espirituais - elas são um meio de semear para o Espírito. As Disciplinas são o meio de Deus plantar-nos na terra; elas nos colocam onde ele possa trabalhar dentro de nós e transformar-nos.
 A justiça interior que buscamos não é algo que seja derramado sobre nossas cabeças. Deus ordenou as Disciplinas da vida espiritual como meios pelos quais somos colocados onde ele pode abençoar-nos.
Neste sentido, seria próprio falar do “caminho da graça disciplinada”. É “graça” porque é grátis; é “disciplinada” porque existe algo que nos cabe fazer.
O Custo do Discipulado( Dietrich Bonhoeffer) deixa claro que " A graça é grátis, mas não é barata."
Um declive íngreme de cada lado. O abismo da direita é o caminho da falência moral por meio dos esforços humanos para alcançar e o da esquerda é a ociosidade.
" Virtude é fácil ".É fácil quando obra graciosa de Deus tenha assumido o comando de nossa disposição interior e transformado os padrões de hábitos arraigados de nossas vidas...
Não precisamos lutar por exibir um espírito amável e compassivo; não obstante é como se estivéssemos levando para dentro algo trazido do exterior.. O Amor divino entrou em nossa disposição interior e assumiu o controle de nossos padrões de hábitos. Nos momentos desprevenidos, brota do santuário interior de nossa vida um fluxo espontâneo de “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gálatas 5:22, 23). .
Não temos de esforçar-nos para ser bons e generosos; somos bons e generosos.
Assim como os movimentos naturais de nossa vida outrora produziam lama e lodo, agora eles produzem o fruto do Espírito.                                                                                                 Shakespeare escreveu: “A qualidade da misericórdia não é forçada” - nem o são quaisquer das virtudes espirituais uma vez que elas assumam o comando da personalidade.                                       A obra interna de Deus no coração.A obra é interna com resultados externos.
 Disciplinas Espirituais não podem ser tornadas justiça exterior,elas são usadas para manipular e controlar pessoas. Tomamos ordens explícitas e as usamos para aprisionar outros. O resultado de tal deterioração das Disciplinas Espirituais é orgulho e medo. O orgulho domina porque chegamos a crer que somos o tipo certo de pessoas. O medo domina porque o poder de controlar os outros traz consigo a ansiedade de perder o controle, e a ansiedade de ser controlado por outros.
Se quisermos progredir no caminhar espiritual de sorte que as Disciplinas sejam bênção e não maldição, devemos chegar, em nossas vidas, ao lugar onde depomos a carga eterna da necessidade de dirigir os outros.Quando criamos uma exterioridade temos uma lei onde  podemos julgar quem está à altura e quem não está.
Quando verdadeiramente cremos que a transformação interior é obra de Deus e não nossa, podemos dar descanso a nossa paixão por endireitar a vida dos outros.
  “Atam fardos pesados (e difíceis de carregar) e os põem sobre os ombros dos homens, entretanto eles mesmos nem com o dedo querem movê-los” (Mateus 23:4)
 “Não tratamos da letra, mas do Espírito. É que a letra da lei conduz à morte da alma” (2 Coríntios 3:6)
Jesus Cristo prometeu ser nosso Professor e Guia sempre presente. Sua voz não é difícil de ser ouvida. Não é difícil entender suas instruções. Se começarmos a calcificar o que deveria sempre permanecer vivo e crescente, ele nos dirá. Podemos confiar em seu ensino. Se nos desviarmos para alguma idéia errônea ou prática inaproveitável, ele nos conduzirá de volta. Se estivermos dispostos a ouvir o Instrutor Celestial, receberemos a instrução de que necessitamos.
Nosso mundo está faminto de pessoas verdadeiramente transformadas.                                          Leon Tolstói observou: “Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo.”



TEMPO A SÓS COM DEUS

TEMPO A SÓS COM DEUS


“Passo pela vida como um transeunte a caminho da eternidade, feito à imagem de Deus mas com essa imagem aviltada, necessitando de que se lhe ensine a meditar, adorar, pensar.” - Donald Coggan,


A superficialidade é a maldição de nosso tempo. A doutrina da satisfação instantânea é, antes de tudo, um problema espiritual. A necessidade urgente hoje  é de pessoas profundas.

As Disciplinas clássicas da vida espiritual convidam-nos a passar no viver na superfície para o viver nas profundezas. Elas nos chamam para explorar os recônditos interiores do reino espiritual para que sejamos a resposta a um mundo vazio.                                                                                                John Woolman aconselhou: “É bom que vos aprofundeis, para que possais sentir e entender os sentimentos das pessoas.”

Na intenção de Deus, as Disciplinas da vida espiritual são para seres humanos comuns.
São mais bem exercidas no meio de nossas atividades normais diárias. Se elas devem ter qualquer efeito transformador, o efeito deve encontrar-se nas conjunturas comuns da vida humana.
O objetivo das Disciplinas é o livramento da sufocante escravidão ao auto-interesse e ao medo.
Quando a disposição interior de alguém é libertada de tudo quanto o subjuga, dificilmente se pode descrever essa situação como tarefa ingrata e monótona. Cantar, dançar, até mesmo gritar, caracterizam as Disciplinas da vida espiritual.                                                                               “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Salmo 42:1, 2).
Interiormente você tem suspirado por lançar-se em águas mais profundas.
Depara-se com duas dificuldades :
1. A primeira é de ordem filosófica.

A base materialista segura o homem no mundo físico,confinados a uma caixa de espaço-tempo.

2. A segunda dificuldade é de ordem prática.

Simplesmente não sabemos como explorar a vida interior.Não faz  parte da nossa cultura

Pecado não são apenas atos individuais de desobediência.
Na sua carta aos Romanos, o apóstolo Paulo freqüentemente se refere ao pecado como uma condição que infesta a raça humana ( Romanos 3:9- 18). O pecado como condição abre seu caminho através dos “membros do corpo”; isto é, os hábitos enraizados do corpo (Romanos 7:5 e seguintes). E não há escravidão que possa comparar-se à escravidão de " hábitos pecaminosos arraigados."
Diz Isaías 57:20: “Os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo.” O mar não necessita fazer nada de especial para produzir lama e lodo; isto é o resultado de seus movimentos naturais. É o que também se verifica conosco quando nos achamos sob a condição de pecado.
Os movimentos naturais de nossas vidas  produzem lama e lodo. O pecado é parte da estrutura interna de nossas vidas. Não há necessidade alguma de esforço especial. Não é de admirar que nos sintamos enredados.
Nosso método comum de lidar com o pecado arraigado é lançar um ataque frontal.               Confiamos em nossa força de vontade e determinação.                                                              Qualquer que seja nosso problema ( ira, amargura, glutonaria, orgulho, incontinência sexual, álcool, medo ) decidimos " nunca mais repeti-lo ":                                                                                   Oramos contra ele, lutamos contra ele, dispomos nossa vontade contra ele.                                   Tudo, porém, é em vão e uma vez mais nos encontramos moralmente falidos ou, pior ainda, tão orgulhosos de nossa justiça exterior que “sepulcros branqueados” é uma descrição suave de nossa condição.
Heini Arnold, em seu livro(Liberdade de Pensamentos Pecaminosos), escreve: “Desejamos deixar perfeitamente claro que não podemos livrar e purificar nosso próprio coração exercitando nossa própria `vontade'“.
Na carta aos Colossenses, Paulo cita algumas formas exteriores que as pessoas usam para controlar o pecado: “não manuseies, não proves, não toques.” E então acrescenta que estas coisas “com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo”.No momento em que achamos que podemos ter êxito e alcançar a vitória sobre o pecado mediante a força de nossa vontade somente, esse é o momento em que estamos cultuando a vontade.
A força de vontade nunca terá êxito no trato com os hábitos profundamente arraigados do pecado.
 Emmet Fox escreve: “Tão-logo você resista mentalmente a qualquer circunstância indesejável ou não buscada, por esse próprio meio você a dotará de mais poder - poder que ela usará contra você, e você terá esgotado seus próprios recursos nessa exata medida.”                                                      Heini Arnold conclui: “Enquanto acharmos que podemos salvar-nos a nós mesmos por nossa própria força de vontade, a única coisa que fazemos é tornar o mal que há em nós mais forte do que nunca.”O “culto de si mesmo” talvez possa ter uma demonstração exterior de êxito por algum tempo, mas nas brechas e nas fendas de nossa vida sempre há de revelar-se nossa profunda condição interior.
“Porque a boca fala do que está cheio o coração. ... Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo” (Mateus 12:34-36)
Mediante a força de vontade as pessoas podem fazer boa figura durante algum tempo; cedo ou tarde, porém, virá o momento desprevenido quando a “palavra frívola” escapará, revelando o verdadeiro estado do coração. Se estivermos cheios de compaixão, isto será revelado; se estivermos cheios de amargura, isto também se manifestará,quando estamos com outras pessoas, aquilo que somos vem à tona.Somos traídos pelos olhos, pela língua, pelo queixo, pelas mãos, pela linguagem de todo o nosso corpo. A força de vontade não tem defesa contra a palavra frívola, contra o momento desprevenido. A vontade tem a mesma deficiência da lei - ela pode lidar somente com as exterioridades. Não é suficiente para operar a transformação necessária da disposição interior.